O Porto é hoje uma das esquinas do mundo, onde os povos dos
quatro cantos se encontram para a comemoração da vida. Eles vêm em busca da
paz, da comida e da paisagem surpreendente. E do prazer de andar nas ruas desta
cidade, observar as diferenças dos rostos, cores, modos de se vestir e de ser
de todas as outras gentes. Pois é isto uma esquina de qualquer cidade com vida,
onde as pessoas se encontram nos passos do seu andar. Ao contrário de Brasília
e outras cidades criadas antes do homem, onde automóveis e conflitos ocuparam impiedosamente
os espaços humanos.
Da Ribeira do Rio Douro ao cume das mais altas colinas e da
fachada das suas igrejas, a subir e a descer ladeiras margeadas por antigas
construções que marcam as etapas da sua vida, ou então a percorrer suas novas e
largas avenidas, o Porto deslumbra quem o vê pela primeira vez e se extasia. É
quando se dá um caso de amor com a cidade. Nunca mais se esquecerão os seus
contornos, a paisagem às vezes fria mas envolvente, o céu percorrido de
gaivotas emitindo seus gritos, uma velha torre e um rio muito antigo que
insiste em contar a sua história.
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