As churrascarias do Rio de Janeiro assam as carnes nos bicos de gás. Creio que nenhuma delas continua a usar brasas de carvão como antigamente. Por isso tenho saudades do cheiro que senti no Porto. Por volta do meio dia espalha-se pelo centro da cidade o odor das brasas para o preparo da carne, do bacalhau, da sardinha, e os clientes se acotovelam nos restaurantes e tascas, atraídos por aquele cheiro. Nada desperta mais o apetite. Ou melhor revive a memória.
Este cheiro espalha-se também em Matosinhos, onde os braseiros encontram-se na porta dos restaurantes e os produtos do mar recebem o tempero das brasas.
Este seria mais um dos motivos para voltar ao Porto, uma cidade que pode ser também “um arco-íris à janela, um manjerico de sol, um beijo de magnólias ao crepúsculo, um balão aceso numa noite de junho”, como a descreveu o poeta Albano Martins.

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