quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A festa



Quem vive no Porto ama a cidade. Nos parques, nas praias e nas ruas, principalmente num verão como o deste ano, ameno e doce, os portuenses se misturam aos bandos de turistas que celebram a estação. A grande festa na cidade, no entanto, é durante o mês de junho e tem seu ponto alto no dia de São João. O povo do Nordeste brasileiro herdou esta data da tradição portuguesa para uma festa que rivaliza com o carnaval.

Festejar o São João é um evento católico mas sua história remonta aos tempos pagãos, quando se comemorava o solstício do verão e se anunciava o tempo das colheitas e da fertilidade.


Ainda não conheci o São João do Porto, o que pretendo fazer no ano que vem. Mas ouvi o eco dos martelinhos usados para um folguedo que aproxima as pessoas com a brincadeira das marteladas gentis. Vi no Youtube fotografias e filmes dos balões coloridos subindo pelo céu acima do Rio Douro. E quase senti o cheiro dos manjericos, a planta dos namorados que também se cultua nas festas sanjoanenses. Quero estar no Porto no próximo solstício do verão.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

As ruas do Porto

                                               (foto: Roberto Moreira. https://www.flickr.com/photos/robertomoreira/2140970224)

Há um prazer permanente que acompanha o viajante que desembarca no Porto: caminhar pelas suas ruas. Estreitas e antigas vielas, grandes e modernas avenidas, são nelas que em cada esquina se descobre a bela arquitetura da cidade. As diferentes épocas da sua história estão também marcadas em cada rua.

Desde a Rua Escura, junto ao Morro da Sé, até a monumental Avenida dos Aliados e os modernos edifícios dos novos bairros, passear pelo Porto é sempre um deslumbramento para quem vem conhecer esta cidade tão bela.


Um jornalista portuense, Germano Silva, é autor de ‘Caminhar pelo Porto’ (Porto Editora, 2014), um livro que propõe sete percursos que detalha com preciosas informações. Tenho feito os roteiros que ele indica. As pernas denunciam o passageiro cansaço das caminhadas. Descobrir o Porto através das suas antigas ruas torna no entanto a visita a esta cidade uma memória a ser guardada para sempre.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Panorama visto da ponte



Com quase quatrocentos metros de extensão e 45 de altura, a Ponte Luís I, sobre o Rio Douro, liga o Porto a Vila Nova de Gaia. Pode-se atravessá-la a pé e lá de cima uma vista privilegiada deita-se sobre as águas douradas e sobre as margens das duas cidades geminadas e separadas pelo grande rio. São ambas presentes do Douro, assim como se diz que o Egito é um presente do Nilo.

Os meninos da vizinhança costumam ganhar alguns trocados causando admiração nos turistas com saltos do alto da ponte em seus divertimentos do verão.

O culto rei Dom Luís I, que empresta à ponte o seu nome, aboliu a escravatura no reino de Portugal e foi monarca de 1839 até sua morte em 1889. Amado pelo povo, foi apelidado “o Popular”. Sua mulher, Dona Maria Pia, disse dele que era meio doido, por causa de suas aventuras amorosas.

Atravessar a ponte do rei Luís I é sentir-se dentro de um belo cartão postal.






domingo, 28 de agosto de 2016

O Bolhão



O Bolhão é o principal mercado do Porto e tem esse nome porque onde foi construído havia uma nascente que formava uma grande bolha d’água. O prédio neoclássico, deteriorado  pelo tempo,  começa a passar por grandes reformas em obras que devem se prolongar até 2019. Mas ainda há tempo de percorrer suas alas estreitas, as bancas de peixe, verduras, frutas e artesanato, comer nos velhos restaurantes da tradicional gastronomia do povo do Norte de Portugal.


A melhor maneira de conhecer a alma de uma cidade é visitar seus mercados e feiras livres. São espaços que traduzem sua cultura, seus hábitos e seu jeito de ser. O Bolhão traduz a alma do Porto.

sábado, 27 de agosto de 2016

O cais e o duque




Na Ribeira você nunca estará só. Este é o espaço onde se dá o casamento da cidade do Porto com o Rio Douro. Todo o dia e também à noite lá estão presentes levas de turistas que se deslumbram com o desfilar das águas, a paisagem de Vila Nova de Gaia e as construções do Porto. Restaurantes e bares, esportes aquáticos, belas mulheres em passeio, tudo se reúne para formar o esplendor do Cais da Ribeira.


Por aqui nasceu e viveu o barqueiro Deocleciano Monteiro, que se fez salvador de vidas. Resgatou do rio muitos que se afogariam. Com apenas onze anos, salvou o primeiro de uma longa lista. O povo do Porto lhe deu o título de Duque da Ribeira, bem antes da sua morte, em 1996, quando tinha 94 anos de idade. O Duque da Ribeira poderia também ser o símbolo do povo solidário desta cidade que Dom Pedro, o primeiro do Brasil e quarto de Portugal, chamou de nobre, invicta e sempre leal.