quinta-feira, 26 de outubro de 2017

A ponte


Junto com a Torre dos Clérigos, é um dos dois fortes símbolos do Porto. Os portuenses preferem chamar os dois monumentos de ex-libris da sua cidade. Marca o quase fim do século XIX e homenageia um rei amado pelo povo cuja mulher dizia que ele era um pouco doido porque, sem preconceitos, amava todas as mulheres.

Dom Luiz não esteve presente na inauguração da Ponte e, diz uma lenda urbana, em represália o povo lhe cassou o título de ‘Dom’. Por isso o monumento chama-se simplesmente Luiz I. Cassaram-lhe o tratamento respeitoso.


Atravessei-a muitas vezes em viagens na direção de Lisboa, antes de me apaixonar pelo Porto e nele atracar os meus dias. De lá de cima vê-se o Douro, as adegas de vinho em Vila Nova de Gaia e a as margens da Ribeira, a formar uma paisagem que permanece para sempre na memória de quem atravessa esta ponte bordada de ferro que domina os horizonte de um rio.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Os meninos da Ribeira


Eles são nadadores exímios e mergulhadores melhores. Cresceram às margens do Douro e defendem alguns trocados dos turistas exibindo suas habilidades. O verão é o seu tempo e as águas sempre frias do rio não os afastam do que sabem fazer, os visitantes da cidade adoram assistir ao seu já tradicional espetáculo. A ponte Luiz I é o trampolim dos saltos e a plateia se perfila nas duas margens do rio para aplaudir os mergulhos.


Alguns turistas entusiasmam-se com o ‘show’ e às vezes pretendem se arriscar a imitá-los. Mas não gozam de intimidade com o Douro. Há pouco um jovem norte-americano pulou da ponte, como fazem os meninos da Ribeira e desapareceu na corrente. Seu corpo apareceu dois dias depois, alguns quilômetros abaixo, no Cais das Pedras, em direção ao mar.