Um escanção, que é como se chama um sommelier em bom português, me disse que a qualidade dos vinhos do mundo obedece
ao formato de uma pirâmide. No seu vértice encontra-se o vinho do Porto. E
depois vêm os outros tipos que se estendem até a base, a descer em termos de
qualidade. E também de quantidade.
Fortificado com aguardente de vinho, o porto acompanhou os
destemidos marujos que empreenderam os Descobrimentos, a navegar por mares nunca
dantes navegados.
Os ingleses, por sua vez, o descobriram e o distribuíram
pelo mundo. O século XVII marcou o início do grande lucro da Inglaterra com a
venda de um produto precioso para o resto do mundo. E os nobres ingleses
sofreram as dores da gota pelo excesso de consumo do Porto.
Presente do Douro ao resto do mundo, o vinho do Porto
transformou o néctar da uva num paladar supremo, inconfundível, único, me disse aquele escanção. Concordo.