O prazer de andar pela cidade em passeio noturno. Descer a
Avenida dos Aliados larga, monumental, subir a Rua dos Clérigos até a torre que
marca com sua deslumbrante presença um dos símbolos do Porto. Seu ex-libris,
como se diz. Depois avançar pela Rua das Carmelitas até a Praça de Parada
Leitão, onde se encontra o café boêmio que tem o nome imponente de Âncora
D’Ouro mas foi apelidado de Piolho, como é mesmo conhecido. Beber um copo,
voltar à caminhada, reencontrar as sombras no Campo dos Mártires da Pátria, sem
medo, longe dos temores de quem morava em Copacabana e evitava andar a pé, à
noite, pelas calçadas do bairro tão bonito. O escuro pode trazer ameaças mas traz
consigo agora a sensação de intensa beleza numa cidade antiga e no entanto
moderna, onde não se respira o espreitar de súbitos perigos.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Doris
Doris, a tempestade, agitou durante a semana passada as
águas do oceano nas costas de Portugal. Força indomada da natureza, fez algumas
vítimas, entre elas uma devota de Iemanjá que desapareceu tragada pelas ondas
bravias. No Porto, chamada cidade Invicta, o Farolim de Felgueiras uma vez mais
resistiu ao assédio poderoso das águas. Ao espetáculo de medo e dos sinais
vermelhos de perigo associou-se o deslumbramento com a beleza do mar em sua
violenta coreografia. Lembra-nos a todos como somos insignificantes diante das
inquietudes do pequeno planeta que habitamos.
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