sábado, 28 de janeiro de 2017

Amanhecer




Às sete da manhã, nesta época do ano, ainda faz escuro no Norte de Portugal. O tempo é frio e chove, às vezes. Ouço o canto das gaivotas do Rio Douro e os pingos de chuva na vidraça da janela acentuam a indecisão da paisagem que ainda se mantem mergulhada na densidade da noite. A gata chamada Preta acompanha meus passos e segue o meu olhar que busca enxergar no espaço escuro ocupado por árvores e construções antigas.

As gaivotas são um dos símbolos do Porto. São aves marinhas mas povoam também o Rio Douro. Dele se alimentam, neles procriam e formam suas colônias. Seu canto estridente soa sempre como um alerta, são mansas e não temem a proximidade humana. Seguem os barcos, povoam as margens do rio.

Enquanto a manhã avança, a aurora começa a aparecer e minuto a minuto ocupa lentamente o espaço da noite. A claridade tímida se embaralha nas nuvens de cinza escuro e há um ritmo próprio do sol que começa a ocupar todos os espaços, ilumina o que ainda restava sombrio, desponta sua luz dourada e começa a mostrar a beleza intensa das águas, dos velhos edifícios e da torre que se pode ver de qualquer ponto de onde se olhe pelos cantos desta cidade.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Frio



Encontro-me novamente na cidade do Porto para percorrer sua história e suas velhas ruas. E também seus restaurantes, bares e suas tascas exalando charme, claro. Desta vez fui apresentado ao frio do inverno, neste momento em que uma onda gelada varre a Europa. O dia amanheceu com os termômetros marcando apenas um grau. Mas temos uma bela manhã de céu azul e um sol que teima em iluminar a cidade. Mesmo com este gélido canto invernal que veio acalentar o velho e estranho continente. E também diferente para quem veio do Rio de Janeiro deixando para trás uma sensação térmica de 50 graus de um verão sem tréguas.

sábado, 14 de janeiro de 2017

Boavista



O Porto não é constituído só de ruas históricas, prédios centenários e rica tradição. A cidade modernizou-se, cresceu para além do centro e exibe assim sua moderna identidade de fascinante metrópole.

A Avenida da Boavista, espaçosa e vibrante, percorre mais de cinco quilômetros do centro até o mar, no Castelo do Queijo, do qual já falei neste blog. Exibe a nova face da cidade, recebeu muitas críticas do povo portuense por ter sacrificado, enquanto se modernizava, árvores e antigas arquiteturas. Mas está lá, orgulhosa e contemporânea, com sua grandiosa rotunda em torno da qual novas paisagens urbanas se instalaram e onde a Rua da Boavista passa a se chamar Avenida.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Rua dos Mercadores



Vem desde a Idade Média como uma das principais ruas da cidade do Porto apesar de tão estreita, como costumavam ser as ruas de antigamente. Suas construções atestam a fortuna dos moradores, os ricos comerciantes que por lá se estabeleceram. Bem perto fica a Ribeira, principal ponto de encontro e de turismo, um dos mais belos panoramas de uma cidade tão bela.

No número 170 encontra-se o Porto à Noite, café, restaurante e casa de fados. Numa cidade de ruas tão marcantes, esta dos Mercadores vale ser percorrida e perscrutada para vivenciar na imaginação a passagem do tempo e a permanência da memória.