domingo, 20 de agosto de 2017

Jardins



Comecei a contar os jardins do Porto: Serralves, Parque da Cidade, Palácio de Cristal, Jardim das Virtudes, Jardim Botânico, Parque de São Roque, Quinta do Covelo, Jardim de São Lázaro (o mais antigo). Desisti porque são inúmeros. Sem contar os jardins secretos e as praças públicas.

Na contramão das selvas de asfalto que existem ao redor do mundo e sufocam as cidades, o Porto fez opção contrária. Assim como o Portugal de hoje desafia as políticas de austeridade impostas pela União Europeia e vai muito bem, assim o Porto desafiou as imposições da arquitetura das megalópoles. E fez de si mesma uma cidade humana, coberta de flores e espaços verdejantes que a fazem linda, contemporânea, um belo lugar para se viver.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Gaivota


O grasnar intenso da gaivota atravessa as cores de uma aurora vermelha acentuada de pincéis dourados. As águas do velho rio têm a cor de chumbo emoldurando o tempo dos edifícios nas duas margens que se defrontam. São duas cidades, uma de frente para a outra mas parecem e são apenas uma só, engrandecidas quando somam seus habitantes e a própria história que se perde no tempo.

São meses de verão, estes de agora. O calor é mais ameno, diferente daquele vivido em dezembro e no tempo do carnaval do Rio de Janeiro. Aqui se vive temperaturas opostas e o frio de dezembro faz lembrar a diferença dos trópicos. Nestes dias de agora, a presença do sol, o céu sem nuvens e a magia de uma cidade também atrai o povo de outras partes do mundo para a festa da vida.


O expatriado recorda outras paisagens que se confundem com esta agora vivida. Todas elas se juntam e se transformam numa viagem a cumprir suas etapas, investigando seus tempos, a explorar seus voos e mergulhar em seus abismos. Assim como estas gaivotas ribeirinhas grasnando no amanhecer desta cidade tão antiga como os confusos pensamentos humanos e tão bela como as cores dos seus labirintos.