quinta-feira, 29 de junho de 2017

São João


Já tinham me dito, eu já tinha lido a respeito, as fotos exibidas no Google são feéricas, animadas, iluminadas, mas eu nunca tinha visto, ao vivo, uma festa como a do São João no Porto. A cidade se mobiliza inteira para uma longa noite e o seu povo vai às ruas numa alegria impossível de comparar com a de qualquer outra festa. Não se vê a violência do carnaval do Brasil nem qualquer outro tipo de exacerbada comemoração. Não vou esquecer os bailaricos, o cheiro dos manjericos e dos alhos porros, o sabor das sardinhas, as cores dos fogos e a alegria das gentes.

Ano que vem quero estar no Porto.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

As senhoras do Porto



Eu as observo nas ruas, nos autocarros e nos mercados, as senhoras do Porto. Elas são aguerridas, de forte temperamento, sempre dispostas a reclamar os direitos legítimos e mostrar os limites da civilidade e da convivência. Quando terminou o cerco da cidade após a Guerra Civil, Dom Pedro IV (Pedro I no Brasil), vitorioso, mandou construir o Jardim de São Lázaro e o ofereceu às senhoras do Porto, pelas provações  que haviam passado durante o cerco que havia durado mais de um ano. Elas ajudaram as tropas liberais a resistirem ao inimigo e também à cólera, ao tifo, à fome e ao frio. Dom Pedro quis agradecer e registrar sua coragem. Eu gostaria de ter sido testemunha da força que aquelas senhoras transmitiram aos soldados que lutaram na resistência. O Porto, denominada cidade Invicta, não se rendeu.